Filmes e Séries – Dahmer
“Dahmer” é a série mais falada no momento, no Netflix, e é muito mais que a história e relato da vida de um assassino em série.
Antes de começar com a minha crítica, quero já pedir desculpas, por algum “spoiler” que possa acontecer, e quero também deixar bem claro que é uma crítica baseada no meu gosto pessoal, e apenas isso.
Sou daquelas pessoas que fica fascinada com tudo o que tem a ver com “serial killers”, vejo séries, documentários, filmes, até ouço podcasts sobre o assunto, podia até explicar-vos o porquê deste fascínio, mas estamos aqui para falar de “Dahmer”. É então escusado dizer que tinha planos em ver esta série desde que soube que iria sair, andava no entanto aqui ocupado entre muitas outras coisas, com as séries “House of Dragon” e “Lord of the Rings- The Rings of Power”, e por isso tinha planeado, ver Dahmer daqui a umas semanas.
Mas de repente aconteceu a internet, não conseguia abrir uma rede social sem ver um artigo sobre a série, falava-se da extrema violência, e de como muita gente teria desistido de ver a série devido a ser dura demais. Se já tinha vontade de a ver, agora era um “must”, e assim comecei a sacrificar algumas horas de sono para não ter que esperar até ter tempo, de a ver.
Confesso que não encontrei tal violência extrema, não que não seja violenta, ao fim ao cabo é uma série sobre um homem que matou 17 jovens, claro que é violenta, mas não entendo tal histerismo em relação a Dahmer. Não vi nada aqui que não tenha já visto em séries como Dexter, claro com a diferença que esta não é ficção. E é aí mesmo que acho que a diferença está, e que foi isso que chocou muito dos espectadores.
A qualidade do ator Evan Peters é extraordinária, a série está muito bem filmada, fazendo-nos muitas vezes quase sentir que estamos dentro do cenário, a sentir os odores dos corpos mutilados. Claro que com uma pitada de dramatismo e ficção para tornar a história um pouco mais “Hollywood”, mas nunca perdendo qualidade por isso.
A série leva-nos não só dentro da mente de um assassino, mas também levanta muitas perguntas sobre sexualidade, racismo, desigualdade social, mediatismo, negligencia policial, sanidade mental etc.
Para mim levanta também talvez a mais importante questão, e a qual me traz o fascínio por este tipo de histórias: De quem é a culpa? Nasce um assassino em série, já assassino, ou algo aconteceu para que assim ficasse?
Não é uma história de gato e rato, onde o polícia tenta apanhar ou descobrir quem é o mau. É sim uma história de um homem, que mata muitas pessoas debaixo dos narizes do mundo, e ninguém ou quase ninguém consegue ver isso.
É uma série muito dura graficamente e psicologicamente, e por isso não é para toda a gente, mas se és dos que não se impressiona facilmente com sangue e violência, é uma série para ver com toda a certeza.
Daqui da minha parte leva 4 talefes.
Um texto de Francisco Mendes